O desenvolvimento infantil atípico e a suspeita de Autismo (*)

O primeiro contato com o desenvolvimento infantil atípico vem acompanhado de inúmeros questionamentos e incertezas. O desenvolvimento infantil atípico e a suspeita de Autismo ainda representam um desafio para a ciência.
Quando comecei a suspeitar do desenvolvimento atípico de meu filho Luccas (há 20 anos) parti para uma intensa pesquisa em busca do diagnóstico. Luccas aos 2 anos andava com dificuldade e aos 4 anos ainda não tinha adquirido linguagem oralizada. Isso me deu a certeza de que seu desenvolvimento não estava nos “padrões” das crianças de sua idade.
Para contextualizar a situação, lembro que no início dos anos 2.000 a internet estava “engatinhando” pois as pesquisas genéticas no Brasil ainda eram novidade (o genoma humano foi sequenciado em 2003) e a quantidade de informações que temos hoje disponível sobre o autismo não fazia parte de nossa rotina.
A primeira consulta
Enfim, numa manhã quente do inverno carioca, eu e Luccas partimos para o atendimento com a primeira neuropediatra de nossas vida. Aquela sensação de frio no estômago com a boca seca era combatida a todo momento pelo diálogo mental (“estou exagerando, meu filho não tem autismo”).
No decorrer da consulta, a neuropediatra perguntou o motivo pelo qual estávamos ali e após ouvir os relatos sobre o desenvolvimento infantil atípico de Luccas lançou sem o menor preparo “Ele pode ter autismo mas o diagnóstico só pode ser fechado aos 5 anos. Até lá, indico terapia fonoaudiológica e psicomotricidade”. Um soco na cabeça teria sido mais suave.
De certa forma agradeço por essa experiência pois ter vivido na pele o que muitas famílias relatam no início de nosso atendimento aos alunos atípicos faz com que nossas histórias se cruzem – /#quemsomos
E se você conhece alguém que também vive ou viveu dificuldades com o desenvolvimento atípico de seu filho e com a suspeita de diagnóstico de autismo, compartilhe conosco! Juntos, somos mais fortes.